Juiz de Fora / MG - sexta-feira, 26 de abril de 2024

Efeitos Adversos da Isotretinoína Oral

Efeitos adversos da isotretinoína: estudo retrospectivo de 1.743 pacientes tratados
A isotretinoína (ácido 13-cis-retinóico) revolucionou o tratamento da acne vulgar. Em um primeiro momento, a prescrição da droga estava restrita aos casos de acne nódulo-cística ou falta de resposta ao tratamento tópico. Com o passar dos anos, a prescrição da isotretinoína cresceu muito, e hoje é usada para rosácea, dermatite periorificial, granuloma anular, sarcoidose, outras formas de acne, desordens de queratinização e está em investigação para o manejo no fotoenvelhecimento. A maior limitação para o uso da isotretinoína oral está nos efeitos colaterais. Com exceção da teratogenicidade, eles parecem ser dose-dependentes.
O estudo, realizado na Nova Zelândia por Marius Rademaker, compreendeu a análise retrospectiva de 1.743 pacientes tratados em 6 anos (entre 2000-2005). A dose administrada, assim como o uso concomitante de outras medicações, foi considerada ao avaliar a incidência de efeitos colaterais na amostragem em questão.
Apenas 18,5% dos pacientes não apresentaram qualquer efeito colateral. Queilite foi o efeito adverso mais freqüente, afetando 78% dos usuários de isotretinoína, seguida por cansaço e eczema, vistos em 12%. Apesar da alta incidência de queilite, esta foi facilmente tratada com umectantes ou cicatrizantes. A incidência e a intensidade da sintomatologia foram nitidamente dependentes da dose nestes casos. Cerca de 1,4% dos pacientes precisaram suspender o tratamento em virtude de efeitos colaterais (queilite, alteração do humor e cansaço).
O autor conclui que a isotretinoína é um medicamento muito eficaz e que, apesar da alta incidência de efeitos colaterais, estes efeitos são facilmente contornados com sintomáticos ou redução da dose – que não impedem, na maioria das vezes, o tratamento.
 
Rademaker M. Adverse effects of isotretinoin: A retrospective review of 1743 patients started on isotretinoin. Austr J Dermatol. 2010; 51: pp. 248-253.